quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Castelo Real





"Não devemos olhar através do outro , e sim existir por si mesmo"

Hoje estou agindo.
Desculpe se não tenho tempo para olhar-te. Não é egoísmo,
mas se as janelas não estiverem bem limpas, ninguém reparará no interior.
Não preciso mais que sua corda seja estendida, obrigada.
Já cataloguei objetivos.
Preciso cavar um buraco negro de sentimentos,
lustrar estrelas opacas, organizar alma, documentos.
O jardim já está semeado.
As árvores estão tão vivas... Robustas, largas,novas.
Os portões fechados.
Não posso permitir que ninguém entre com sapatos de hipocrisia
e suje o meu salão fantasioso.
Já comprei até minha cadeira de madeira rainha, estofada de veludo vermelho.
Linda! Sempre quis ter uma.
Agora vá.
Não esqueças de que quando eu voltar,
quero encontrar-te junto à todos em frente ao meu Castelo Real.
Beijos

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Cabeça de vento


É engraçado gostar de você.
Estranho, mas não me lembro de suas características em minhas exigências...
Parece que sou idiota! Esqueço de meus objetivos. Saio dos trilhos.
Louca! Perco a touca e faço excremento.
Saio no vento, sem agasalhos.Nem penso.
EU SEI que suas implicâncias não me fazem bem,
mas são elas que me fazem instigar você.
Aliás, você quer ser a Fortaleza dos meus crimes?
Se tornar meu cárcere privado?
Namorar pelado?... Impróprio?? O que você quiser.
Pode se tornar presente...Ou ausente...?
Se quiser, pode se tornar meu!
Sou a serpente à espera do bote perfeito.
Não há saída. Agora que cruzou meu caminho, está preso.
Exilado.
Raptado dentro da minha torre.
Quando puder subo aí.
Faço uma visita.
Pra matar a saudade. Faço o que me der vontade.
Mas sem encontro marcado. Até.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Meu reino em tuas mãos


Diga o que quiser dizer, mas diga gentilmente.
Com doçura.
Me faça levitar. Alcançar o topo.
Me faça querer fazer de novo.
De verdade. Com vontade.
Me faça sentir o que não sentia há tempos.
Você podia brincar comigo de ser feliz, que tal?
Como nos meus sonhos,
onde você me trata como uma rainha.
Onde não me deparo com frustrações e nem reflexões.
Sou simplesmente EU.
E você gosta de mim assim.
Me admira. Me acha a mais linda do Condado.
Eu te hipnotizo com meu olhar de menina faceira.
Doida pra fazer uma besteira...
E como a gente se diverte.
É...Eu poderia ser a rainha dos seus contos de fadas...
Se você quisesse! Mas você não quer.
Quer se perder no seu mundo. No seu umbigo...
Diz o que quer dizer propagando em tudo o seu dissabor...
A realidade é que somos opostos.
Na sua cabeça não há reinados
e sim caminhos desconexos que se misturam com projeções modistas.
Eu só queria sentir o cheiro dos seu cabelos.
Olhar fundo e decifrar seus olhos de menino.
Ah se você realmente conhecesse o meu sabor,
iria virar dependente. E eu?
Procuraria outro rei.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

John me persegue






Nosso encontro não foi à primeira vista. Nosso amor não foi na segunda visita. Você me pegou devagar. Leve.E foi se descobrindo aos poucos dentro de mim. E o doce dos seus lábios,sussurrou lentamente em meus pulsos.

Ei! Aonde você vai? Não é assim não. Eu tenho que te ter de perto. Téte a Téte.
Quando você apareceu na minha frente só consegui te admirar. Esqueci até de mim. E você quer ir? Por quê? O que eu faço?

Quando corri no meio da chuva e achei você, caminhando com as mãos no bolso naquela ponte, com a cabeça pro céu, fazendo à sua maneira, você tinha um brilho a sua volta, e ele  era verdadeiro. Intenso. Reluzente.

E isso não se dissipou. E me fez querer mais e mais. Overdose, síncopes de você...

Eu só queria escutar o som da sua melodia. Do seu gemido. Sentir seus lábios de menino. Sorriso de canto me pegando de Santo. Brincando debaixo do manto...

Ver você dirigindo devagar a minha vida me soa tão reconfortante...Suas mãos firmes no volante. Rolando forte na poeira que fica quando estamos unidos. Feroz, quente, deserto de almas únicas...

 Por quê? Por que John?

Arranca essas suas superstições e me pegue no chão. Só você me faz respirar apressada. Forte. Com um objetivo. Marcante. Que me traz esse meu sorriso. Essa placa na minha testa que todos dizem vê-la.

Eu não quero te observar por frestas. Quero bancar a sua. Brincar nua.
Você é tão bom pra mim, sabia? Nem sabe o quanto. Esquece. Esquece. Esquece mesmo! Esquece e me pega de jeito! Faz isso direito…

 Você realmente poderia ser perfeito.

Quando vejo você parece de verdade... Mas não, eu estou sozinha. Querendo bancar a sua. Fazendo jura. Eu vou te perseguir. Construir caminhos pra nos unir. Espera.

domingo, 3 de agosto de 2008

Clandestina de mim


O diário é meu espelho. Reflete meu ideal, e repele minhas rejeições dolorosas. Se não escrevo nele, não existe mais.Apago da minha memória. Não me enfrento.Me invento, viro vento. Clandestina de mim mesma.Vivo na ilegalidade do meu corpo criando a MINHA verdade psicológica. Crio um clã de destinos. Fujo dessa realidade podre, pobre, vazia, hipócrita, sem poesia. Dos pensamentos burgueses dos compre em dez vezes. Danem-se. Quero me alimentar de sonhos. O sonho invade a minha realidade como uma droga. Meu êxtase contínuo.Orgasmo múltiplo.Oxigênio.Estrogênio. Se priorizou como objetivo de vida. ELE é a minha vida. Minha arte. Que me inebria me consome. Eu ela somos uma só. Necessito, a todo o momento, estar conectada a ela. Não importa como. Seja criando a minha realidade ou vivendo a minha realidade criada. Ok... Sou uma clandestina da verdade.Eu escrevo para criar um mundo melhor, diferente. Transformo a realidade e a verdade que vejo na minha frente. Vocês podem me considerar louca, inconseqüente. Mas foi o modo que achei para não definhar eternamente.
Thaís Vaz